setembro 23, 2007

Capítulo 8 - Sobre as nove mudanças.

No geral, as operações militares estão sob ordens do governante civil para dirigir ao exército.

O General não deve erguer seu acampamento em terreno difícil. Deixa que se estabeleçam relações diplomáticas nas fronteiras. Não permaneças em um território árido nem isolado.

Quando te achas em terreno fechado, prepara alguma estratégia e mova-te. Quando te achares em terreno mortal, luta.

Terreno fechado significa que existem lugares escarpados que te rodeiam por todas partes, de maneira que o inimigo tem mobilidade, que pode chegar e ir-se com liberdade, porém a ti é difícil sair e voltar.

Cada rota deve ser estudada para que seja a melhor. Há rotas que não deves usar, exércitos que não devem de ser atacados, cidades que não devem ser sitiadas, terrenos sobre os que não se deve combater, e ordens de governantes civis que não devem ser obedecidas.

Em conseqüência, os generais que conhecem as variáveis possíveis para aproveitar-se do terreno sabem como manejar as forças armadas. Se os generais não sabem como adaptar-se de maneira vantajosa, mesmo que conheçam a condição do terreno, não podem aproveitar-se dele.

Se estão ao mando de exércitos, porém ignoram as artes da total adaptabilidade, mesmo que conheçam o objetivo a lograr, não podem fazer que os soldados lutem por ele.

Se és capaz de ajustar a campanha de modo que mude conforme ao ímpeto das forças, então a vantagem não muda, e os únicos que são prejudicados são os inimigos. Por esta razão, não existe uma estrutura permanente. Se podes compreender totalmente este principio, podes fazer que os soldados atuem na melhor forma possível.

Portanto, as considerações da pessoa inteligente sempre incluem o analisar objetivamente o beneficio e o prejuízo. Quando considera o beneficio, sua ação se expande; quando considera o dano, seus problemas podem resolver-se.

O beneficio e o dano são interdependentes, e os sábios os tem em conta.

Por isso, o que retira os adversários é o dano, o que os mantêm ocupados é a ação, e o que lhes motiva é o beneficio.

Cansa os inimigos mantendo-os ocupados e não deixando-lhes respirar. Porém antes lográ-lo, tens que realizar previamente tu própria labor. Esse trabalho consiste em desenvolver um exército forte, um povo próspero, uma sociedade harmoniosa e uma maneira ordenada de viver.

Assim, pois, a norma geral das operações militares consiste em não contar com que o inimigo não acuda, senão confiar em ter os meios de enfrentá-lo; não contar com que o adversário não ataque, senão confiar em possuir o que não pode ser atacado.

Se podes recordar sempre o perigo quando estás a salvo e o caos em tempos de ordem, permanece atento ao perigo e ao caos enquanto não tenham todavia forma, e evita-os antes de que se apresentem; esta é a melhor estratégia de todas.

Por isto, existem cinco riscos que são perigosos nos generais. Os que estão dispostos a morrer, podem perder a vida; os que querem preservar a vida, podem ser feitos prisioneiros; os que são dados a apaixonamentos irracionais, podem ser ridiculizados; os que são muito puritanos, podem ser desonrados; os que são compassivos, podem ser perturbados.

Se te apresentas em um lugar que com toda segurança os inimigos se precipitarão a defender, as pessoas compassivas se apressarão invariavelmente a resgatar seus habitantes, causando a si mesmas problemas e cansaço.

Estes são cinco riscos que constituem defeitos nos generais e que são desastrosos para as operações militares.

Os bons generais são diferentes: comprometem-se até a morte, porém não se aferram à esperança de sobreviver; atuam de acordo com os acontecimentos, em forma racional e realista, sem deixar-se levar por as emoções nem estar sujeitos a ficar confusos. Quando vêm uma boa oportunidade, são como tigres, em caso contrário cerram suas portas. Sua ação e sua não ação são questões de estratégia, e não podem ser agradados nem aborrecidos.

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